POESIA E POEMA
Se parece fluir é só imagem errônea
As vísceras se contorcem com seu surgimento
O metabolismo se transforma
A mente crepita e o sangue se propõe
A imagem da fala realiza
Signos e símbolos brotam
Anti-matéria e belezas etéreas
Letras discorrem em palavras
Derivas, devaneios, destoações, dádivas…
A satisfação em obter qualquer sentido
O fisgo do limbo advindo do infinito
Semente que transmuta e a existência vence.
TOQUE SEMPRE FORTE
Bebo da fonte da vida: a poesia divina
Suprema harmonia, esplêndida alegria
Dádiva que me fascina
Néctar sublime que tudo me ensina
Elixir incomensurável que minha alma alisa
Chama que me purifica
A existência do cosmos me limpa
Os bem-aventurados tem alma precisa
E são bem sucedidos com suas miras
Enchem de glória os que antes eram matérias vazias
Deus nunca abandona suas crias
Dedica suas intenções mais lindas
À natureza sendo sua outra face infinda
E traz luz ao que antes estava cinza
A estadia no mundo pode ser física
Mas pode ser cada vez mais espírita
Então me dou um precioso conselho: viva!
E absorva tudo que te eleve a experiência mística!
PROSA AMOROSA
Busco a luz selecionando o que me seduz
E caminho para a cruz
Não é sacrifício é um vício em que cismo.
A vida é meu abismo, mas me perco em lógico delírio
Sóbrio me prontifico
Se o ócio é mesmo criativo e não destrutivo
Almas em desvario são os componentes desse enigma que é o infinito
Sublimo-me ao ponderar o crível e o incrível
Satisfaço-me com imagens e sons divinos
Amores perfazem meu ancestral caminho
Fatal é o sentimento que rui meu astral
Paixões quando não me esfacelam, me fazem evoluir
O sorriso infante e jovial abranda a ansiedade
Faces são imagens reais de miragens
Se o belo não me fascinasse eu seria em parte mais alegre
Mas sou um sabotador que de mim mesmo é peste.
ARDOR CAÓTICO
Esfacela-se a realidade, esgota-s a razão
O turvo e o caos reinam, o cosmos se rompe
Divindades divagam em ruína
O díspare destroça o bom rumo
O surreal se torna o resultado
A verdade é ríspida
A vida esvoaça e se rói
A eternidade beira a raridade
Ocorre a busca dos verdadeiros ramos
E o final é o torpor em raiz
O magnífico é totalmente rachado
E o que resta são reminiscências!
LAMENTO ACLARADO
O negrume da neblina que deturpa minha mente
Não deixa aflorar a semente
Que é dada para solucionar meu presente
Os abismos em que cismo são quase infinitos
São limbos advindos do sentimento límpido
Símbolos do meu espírito torpe de fanatismo
Por delírios de amores que são verdadeiros vícios
A saga de minha alma é uma lágrima por Deus abençoada
A euforia do instante é a compensação importante
Juras em silêncio tendo cúmplices os quatro ventos
Lamúrias atrozes que ferem meu ser ao extremo
Sou algoz de mim mesmo ao dedicar ao máximo alguns pensamentos
A seiva de minha vida se renova ao defrontar com uma imagem bela
Mulheres! Minhas angústias em aquarelas!
Conversas e reflexões como paliativos de paixões
Quem me ordenou ser amante de esplêndidas visões?
A vida é fato largo, sinistra e límpida
Mastro de minha caravela à deriva!
ENIGMA II
Sua menina dos olhos lança seu encanto nada brando
E o fulgor do seu espírito envolve o meu
E o seu sorriso golpeia meu ser desferindo o impacto fatal
E novamente estou à sua mercê
E nada mais posso fazer
Alegra-me seu esplendor de viver
Sublime feito uma Deusa você se semeia
E a certeza se revela em Natureza
A existência somada a você é uma beleza imensa!
TRANSCORRÊNCIA
Amo e não nego a possibilidade
Mas me disperso com a idade
Contento-me comigo mesmo em pensamentos
E policio todos meus sentimentos
Sou carne e alma e me mantenho assim
Limitado a ser bom ou ruim
Mas sou dúbio e amo a inconstância
Penso o real, mas vivo a esperança
Obscuro ou não, bato junto ao meu coração
E não há momento que não ocorra vacilação
Sou poeira em um mísero grão
Vida infinita no universo em rotação
Invisível abismo como homem
E de experiências sou a fome
Alegro-me com a vida em demasia
Esplêndidas são as infantes fantasias
E encerro o descrever próprio meu com um existir repleto de Deus!
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