junho 2012


A Poesia me faz companhia

Me agracia dia a dia

Com uma calma melancolia

Uma benção divina

Uma dádiva em supremacia

Uma degustação celeste

O concretizar de minhas preces

Fulgor cósmico que abraça o lógico

Devaneios de  ambrosias tórridas

Tentativas que trilham o díspare

Certezas vagas no limbo de existir

Magnificências tremendas

Longe de se tornar lendas

Efervercências imensas

Que me deixam propenso

As musas pincelam

Meu espírito tenso

Magma místico

Que beira o infinito

Pondero o impossível

Sei que vagar o pensamento

É caminhar os meandros

Incontáveis das probalidades

Surge o inesperado: o amor

Expressão ao máximo.

Me atrevo a destroçar

Minhas trevas interiores

E alcanço até os pormenores

Nada falta ao caber

E as pétalas de viver

Me ganham a cada amanhecer

Penso a postura permanente

E margeio uma epifania:

Fogo da completude humana

Nenhuma alma é insana

São todas mergulhadas

Em Mares de sabedoria tanta

Que oscila em gelo e chama

E a Verdade se traduz em arte:

Seja pintada a tela da eterna

Existência completa de toda

E qualquer divindade

Pois o mosaico do Universo

Nunca é tarde

Ou um simples alarde

E sim uma evolução 

Da força de vontade!

Sei que o Caos é oco

E dentro dele cabe a ordem

Sei que a carne é pouca

E a pele não é tão nobre

O Espírito é advindo da 

Dimensão além do enorme

E a fauna e a flora

Etéreas são um milagre

Tudo cabe símbolo sem ter 

Como tanta explicação

Sei que meu verso é em vão

E aos poucos ficam

Divago ideias ao léu

E espero que alcancem

O Céu ou o Cérebro!

 

Suspiro o fogo do âmago

Apalpo a raiz de ser

Anseio e almejo o querer

Com realização de espírito tântrico

Penso a palma de existir

Aproximo meu devir

Beiro o frenesi

Masco o prazer máximo

Desfruto do Eterno tácito

Mergulho em delírio fantástico

Fito o falso e o mágico

Sondo o astral do Cosmos

Não espero nada de lógico

Sei que o caos é ordem disfarçado!